A Ciência e a Religião de mãos dadas

Luís Jorge Peixoto Archer (5 de Maio de 1926 – 8 de Outubro de 2011) padre jesuíta e pioneiro da investigação em genética molecular em Portugal.

Pouco tempo após a sua licenciatura em Ciências Biológicas, ingressou na Companhia de Jesus. Licenciou-se ainda em Filosofia e em Teologia.

Luís Archer queria dedicar-se às Humanidades, tendo sido o seu Superior a pedir que prosseguisse na Biologia, já que tinha um currículo nessa disciplina e havia poucos jesuítas especialistas em ciências.

Estudou Bioquímica e Genética nos Estados Unidos, regressando a Portugal no final da década de 60 e assumindo um lugar de destaque na investigação científica portuguesa.

Durante anos, dedicou-se quase em exclusivo à investigação, mas na década de 70, quando, pelo mundo científico, surgiam problemas éticos do uso de organismos geneticamente modificados, “Comecei a ver que tudo aquilo que eu fazia nas bactérias começava agora a aplicar-se no Homem”; era “necessário humanizar a ciência”. Com a sua formação em Filosofia e Biologia entrou, nessa altura, na área da Bioética.

Na entrevista ao Público, revelou uma preocupação em relação à ideia de que o homem é uma máquina e que é possível aperfeiçoá-la: “O homem acabará com os sentimentos e os afectos, e será reduzido a reacções químicas e a potenciais eléctrodos que podem ser inseridos no indivíduo. (…) É muito funda no ser humano [a ideia de] mecanizar, reduzir todo o fenómeno humano a equações, a química, fórmulas, traços.”

Em 2009, a Universidade Nova de Lisboa atribuiu-lhe o grau de Doutor Honoris Causa.

Luís Archer acreditava que a Ciência e a Religião eram “dois mundos independentes, ainda que convergentes”, como citou Walter Osswald.

No seu livro O Sétimo Dia da Criação, afirma que “a vida é a magia de fazer surgir o simples e o complexo, a partir só do que é simples e trivial.”

Inês Valentim, aluna 1º bacherelato

http://www.youtube.com/watch?v=iGp6SWaUtpc

This entry was posted in Ciência. Bookmark the permalink.

Leave a Reply